quarta-feira, 7 de julho de 2010

Enquanto isso...

Noite de domingo qualquer. Nada de especial, a não ser a diversidade de sentimentos que de repente surge. Nada muito programado. Música. Num relance a vida passa, em especial os últimos acontecimentos, os últimos atos, as últimas escolhas. Ninguém responde. Meus pensamentos me fazem companhia, minha cama, um cobertor. Música. Será que tudo foi feito da melhor maneira possível? O tempo dirá. Sempre ele. Espero que o veredicto seja positivo. E se não for, reconstruiremos. Os dias passam, as coisas se tornam mais sérias, mais complexas. O auge está por vir. Música. A vida tem de coisas engraçadas. Engraçado é poder brincar com as lances da existência. Engraçado como hoje certa coisa é tão complicada e difícil e amanhã não mais. Amanhã ela não passa de mera história para contar para os descendentes. E que bom. Música. Engraçado como tentamos parecer perfeitamente normais quando queremos impressionar. Escondemos nossa insanidade. E num primeiro momento funciona. Mas não se pode viver pra sempre de malabarismos. A intimidade faz desabar todos os malabares. Música. Curioso como as coisas vão se construindo pouco a pouco. Curioso como as coisas rapidamente se ressignificam. Sim, rapidamente. Curioso como o pra sempre é finito e curto. Às vezes a vida causa medo, estranheza, repulsa. Às vezes acolhe, causa contentamento, êxtase. Música. Em cada brecha da existência está o passaporte para novas práticas de vida. Resta saber quais valem a pena e a hora certa de adentrar. Silêncio. Ninguém me respondeu.

Um comentário:

  1. E como você poderia ouvir a resposta das pessoas, se cada verso, cada frase, cada palavra é abafada (ou camuflada?) pelos altos decibéis da música.

    De repente, música sai dos nossos ouvidos quando paramos pra pensar na melodia.

    Adorei a construção do texto!

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