domingo, 5 de abril de 2009

A Realidade

Às vezes nós nos vemos repletos de coisas a fazer – como sempre as obrigações vêm atrapalhar nossos momentos de tranqüilidade -, mas acabamos não fazendo nada. Por que será? Vai ver é vontade de jogar tudo para o alto e, pronto, não se preocupar mais com nada, ou pode ser por causa da velha mania brasileira de deixar tudo para a última hora.
O certo é que as nossas atribuições só tendem a aumentar, talvez até por culpa da verdade existente naquela frase clichê que diz que “o mercado está cada vez mais exigente” e que por isso não temos tempo a perder, temos que correr contra o relógio, contra tudo e contra todos, a favor apenas de nós. Ufa! Isso cansa, nos esgota e nos remete a questionar se tudo valerá mesmo a pena ou se é esforço desperdiçado.
Os mais sentimentais dirão que as coisas que realmente importam na vida não exigem tanto de nós e isso nos leva a parar, pensar e concordar, mas só por um instante, porque logo somos despertados pelo turbilhão de coisas a fazer. É a realidade que bate à porta. A realidade que tanto nos amedronta, que nos deixa exaustos, que nos impede de fantasiar, que nos sufoca. Mas fazer o quê? É a realidade.

sábado, 4 de abril de 2009

Prefiro

Prefiro deixar que o vento desarrume os cabelos a manter a janela fechada e não sentir a brisa no rosto;
Prefiro ser criticada por expressar o meu pensamento a ser aclamada por aparentar algo não verdadeiro;
Prefiro a companhia daqueles poucos amigos sinceros e cúmplices a estar rodeada de uma infinidade de pessoas repletas de hipocrisia;
Prefiro chorar sozinha a demonstrar fraqueza para aqueles que torcem pelo meu fracasso, ou a decepcionar aqueles que admiram a minha garra;
Prefiro ser realista, manter os pés nos chão, a viver de frustrações ou de ilusões;
Prefiro defender até o fim meu ponto de vista a desistir dele na primeira oportunidade;
Prefiro arriscar, experimentar, ousar, a ter uma vida medíocre e sem emoção;
Prefiro mostrar a minha essência desde o primeiro momento a permitir que máscaras venham a cair;
Prefiro acreditar nas pessoas a reconhecer logo de primeira que tudo não passa de farsa;
Prefiro sentir a todo momento o desejo de mudança a me contentar com o conformismo;
Prefiro aproveitar a vida, todos os seus momentos únicos, a ter que viver de lamentações tardias que de nada valem;
Prefiro criar minhas próprias regras de seguir as regras a me manter numa vida tediosa e pouco emocionante;
Prefiro mil vezes a inovação ao conservadorismo;
Prefiro a naturalidade, a espontaneidade, a ser escrava das conveniências;
Prefiro ser eu mesma a ser uma cópia fiel daquilo que os outros determinam.

Autodefinir-se

Responder à pergunta “Quem sou eu?” é bem complicado.
Poucos são os conseguem. A grande maioria sequer tem ideia de como fazê-lo, porque é algo extremamente complexo.
Há uma série de fatores que tentam justificar essa enorme dificuldade de se autotraduzir. Muitos dirão que é porque a vida está em constante transição e que, por isso, chegar a uma inferência é praticamente impossível; outros dirão que até sabem a resposta, mas que não sabem traduzir essa visão em palavras; alguns ousados optam por deixar a critério, preferem que cada um construa sua própria perspectiva.
Talvez eu seja um amálgama desses três posicionamentos, visto que algumas das minhas visões sofrem mudanças resultantes de fatos que me ocorrem e me fazem mudar completamente a maneira de pensar; também porque muitas vezes me deparo com sentimentos tão complexos que são impossíveis de materializar em palavras; e por muitas vezes deixar que cada pessoa se vista da impressão que considerar apropriada, mas eu me permito dizer que quase sempre se equivocam os que tentam construir uma ilação com base em impressões iniciais.
Bom... A esperança é que um dia eu chegue, enfim, a um posicionamento sobre quem sou, sobre como eu me vejo, mesmo admitindo que essa seja uma tarefa difícil - muitos nunca conseguiram -, mas pelo menos uma visão geral eu terei e esta será fruto de tudo que for vivido por mim, todas as experiências, sejam elas vitoriosas ou frustrantes.
Por enquanto eu prefiro me definir como alguém que vive numa permanente busca, ainda que não saiba exatamente de quê. E eu sei que não sou a única nessa condição, pois a busca, mesmo sem objetivo definido, é algo intrínseco ao ser humano, é como se funcionasse como combustível para nos reinventar e motivar a cada dia. Posso dizer também que sou alguém, não inconstante ou volúvel, mas alguém que experimenta o novo sempre. Considero isso imprescindível na construção da própria identidade e da própria história de vida.
No mais, eu digo que sou um ser em fase de descobertas, de aprendizado e de crescimento interior e que está começando a perceber o quão bela e fantástica é a vida. Por mais que a gente às vezes tenha tendência a reclamar de algumas coisas que nos acontecem, tudo faz parte de um encadeamento perfeito, tudo tem um porquê, uma significação, uma finalidade indispensáveis para o magnífico curso da vida.