terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Noite, minha

É... eu trocaria sim as paredes de casa pela brisa da noite. O aconchego do lar não está à altura das diversas possibilidades que a noite me apresenta. As paredes tornam tudo previsível, enquanto a noite coloca em minhas mãos punhados e mais punhados de perspectivas. Posso simplesmente seguir sem planos, sem destino, sem regras e perceber todo o sentido que isso tem. Posso arriscar sem temer os perigos e ver todo o prazer que ancora nisso; olhar para o nada e contemplar o que de mais belo há; conversar com o silêncio e captar seus sábios dizeres; sentir o mais puro aroma de vida exalado das coisas mais simples. Posso dançar sem seguir canção alguma e posso ouvir as mais lindas canções sem qualquer barulho aparente. Caminhar sozinho e sentir falta apenas de nada, perceber a beleza por trás de tudo que me é familiar, mas que nunca me havia capturado a atenção. A noite permite que eu me revele, me encante, que eu sinta, perceba, compreenda, reveja, que eu ame. Ela me arranca as amarras, me diz "Vá!", com toda a certeza de que eu voltarei, e me acolhe. Ela me toma pela mão e me mostra rumos antes encobertos, além de permitir que eu experimente inefáveis sensações e teça válidas reflexões a respeito da minha existência. Sinto-me preenchida em companhia da noite. Por isso, digo que a noite é mais minha do que o dia.

3 comentários:

  1. Que texto lindo. A gente chega sentir a ansiedade pelo sereno que arrefece a alma na realização dos sonhos e desejos.Parabéns.tb amo a noite minha amiga.

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  2. Incrível como isso tudo é você, por mais que você escreva metáforas e mais metáforas.

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